25.12.09

Tarot do dia (Personare). Tudo a ver.


Buscando sentidos

O arcano XXI, chamado “O Mundo”, emerge como arcano conselheiro do Tarot neste momento específico. Peguemos o sentido da palavra: “mundo” é uma palavra latina que significa, literalmente, “limpo”. A idéia central de sugestão para este seu momento envolve o conceito de purificação da alma. Existem questões mal resolvidas ou relacionamentos mal concluídos que você precisa “limpar”? Que tal tentar ver as coisas que já lhe aconteceram a partir de um ponto de vista mais amplo, mais espiritual? Nesta específica fase da sua vida, você possui a amplitude de perspectiva suficiente para criar novas morais para as suas histórias. Faça isso e estimule os outros a verem as coisas sob um viés mais amplo. Neste momento, é como se você estivesse no alto de uma montanha, vendo tudo do alto. Isso dá ao mesmo tempo uma sensação de conforto e de inteligência. Use isto a seu favor e daqueles que lhe rodeiam.

Porque é Natal

Pequena Parcela (Chico Xavier)

Que eu continue a acreditar no outro, mesmo sabendo de alguns valores tão estranhos que permeiam o mundo.
Que eu continue otimista, mesmo sabendo que o futuro nem sempre será tão alegre.
Que eu continue com vontade de viver, mesmo sabendo que a vida é, em muitos momentos, uma lição difícil de ser aprendida.
Que eu permaneça com a vontade de ter grandes amigos, mesmo sabendo que, com as voltas do mundo, eles vão indo embora de nossas vidas.
Que eu realimente sempre a vontade de ajudar as pessoas, mesmo sabendo que muitas delas são incapazes de ver, sentir, entender ou utilizar esta ajuda.
Que eu mantenha meu equilíbrio, mesmo sabendo que os desafios são inúmeros ao longo do caminho.
Que eu exteriorize a vontade de amar, entendendo que amor não é sentimento de posse, é sentimento de doação.
Que eu sustente a luz e o brilho no olhar, mesmo sabendo que muitas coisas que vejo no mundo, escurecem meus olhos.
Que eu retroalimente a minha garra, mesmo sabendo que a derrota e a perda são ingredientes tão fortes quanto o sucesso e a alegria.
Que eu atenda sempre mais à minha intuição, que sinaliza o que de mais autêntico possuo.
Que eu pratique sempre mais o sentimento de justiça, mesmo em meio à turbulência dos interesses.
Que eu não perca o meu forte abraço e o distribuía sempre; que eu perpetue a beleza e o brilho de ver, mesmo sabendo que as lágrimas também brotam dos meus olhos.
Que eu manifeste o amor por minha família, mesmo sabendo que ela, muitas vezes, me exige muito para manter sua harmonia.
Que eu acalente a vontade de ser grande, mesmo sabendo que minha parcela de contribuição no mundo é pequena.
E, acima de tudo...
Que eu lembre sempre que todos nós fazemos parte desta maravilhosa teia chamada Vida, criada por Alguém bem superior a todos nós.
E que as grandes mudanças não ocorrem por grandes feitos de alguns e sim nas pequenas parcelas cotidianas de todos nós.

21.12.09

Fernando Pessoa

“Olhando o mar, sonho sem ter de quê. Nada no mar, salvo o ser mar, se vê.”

13.12.09

Van Helmont

« Le désir se réalise dans l'idée, laquelle n'est pas une idée vaine, mais une idée-force, une idée qui réalise l'enchantement ».

A difícil vida do telespectador

Às vezes, por força das circunstâncias, uma criatura vê-se diante da programação televisiva, digamos por uma semana, e se pergunta: será preguiça, incapacidade, burrice ou haverá uma conspiração gigantesca, por trás da maioria dos programas exibidos na chamada tv aberta, cujo objetivo é tornar as pessoas "idiotizadas"?

Evidentemente as emissoras têm interesses comerciais, políticos e até “religiosos” em alguns casos, mas não daria para elevar minimamente o padrão?

Falem o que quiserem falar (e muito do que se fala é verdade), mas a Rede Globo ao menos tem o cuidado de oferecer produções de qualidade, onde se percebe mãos e cabeças profissionais por trás daquilo que se vê.
Do jornalismo (falo da forma e não do conteúdo, necessariamente) às novelas, passando pelas minisséries, alguns programas de humor e de entretenimento em geral, o padrão globo de qualidade tem sido merecidamente premiado no Brasil e no exterior. Isso é o mínimo que se deveria esperar de grupos que ganharam uma concessão de tv(outorgadas e renovadas sem debate público)e que deveriam dar uma contrapartida.
As outras, lamentavelmente, nem isso oferecem. Disputam o segundo lugar nivelando sempre por baixo.

Senão vejamos. Nas manhãs (depois dos jornais que, invariavelmente, falam das mesmas tragédias) as opções se dividem entre: Mais Você, Hoje em Dia, Manhã Maior, Dia a Dia e um programa voltado para o público infantil (já somos idiotizados desde pequenos) no SBT.

A CNT é melhor pular, porque, com exceção da Salete Lemos (que fala numa cadência bem chatinha, mas é uma boa âncora) no jornal, não produz nada e tudo o que se vê são horários usados por pastores, missionários, profetas e salvadores em geral.
No Rio é exibido também um programa vespertino chamado Notícias e Mais (que é o fim da picada, com o "crítico" e fofoqueiro Leão Lobo, que não consegue dar uma única "notícia" que não tenha já sido divulgada e ainda usa o bordão "dignidade já". Pois é...) que parece aquele jogo dos 7 erros. É tão rusticozinho, tão mal feitinho que dá dó.
No mesmo programa há uma apresentadora sobre a qual tudo o que poso dizer é: sem comentários e um cara bizarro chamado Rony Curvelo, figura que eu pessoalmente desconhecia, mas cujo modo de falar me lembrava muito o Collor.
Agora, procurando alguma informação sobre o tal Rony no Google, vejo que ele é ex-assessor do dito cujo. Enfim, o programa é tão ridículo que poderia ser classificado como sendo de humor desde que se esclarecesse que é humor de baixissima qualidade.

Voltando para as manhãs, excetuando o Mais Você que tem uma produção excelente e uma apresentadora que, na minha opinião, tem algumas qualidades especiais (deixa os entrevistados falarem, passa verdade e sinceridade nas suas colocações, tem total sintonia com a sua equipe - é só lembrar que na época em que perdeu os cabelos, parte da equipe raspou a cabeça....e não acho que tenha sido por puxa-saquismo), não há nada que se salve. Além disso até o merchandising não é aquela coisa agressiva e chata. Claro que ajuda o fato de se estar numa Rede Globo, pois não é preciso ficar passando o chapéu a cada 3 minutos.
Sim, eu sou tendenciosa. Quando gosto, foco nas qualidades e por isso não tenho nenhuma crítica maior à Ana Maria e ao seu programa. Pode haver um vacilo aqui (particularmente não gosto tanto quando ela se deslumbra um pouco nas entrevistas com “artistas”)outro ali, mas ainda assim admiro muito a Ana Maria Braga como condutora e apresentadora e tenho a impressão de estar diante de uma pessoa e não de um personagem.

O concorrente da Record parece focar em um público tatibitati, pois tudo é para “daqui a pouco”, todo assunto a ser tratado “daqui a pouco” será polêmico (detalhe: os apresentadores têm o hábito de falar e esfregar as mãos e os olhinhos arregalados, “indicando” um certo suspense).
No lugar de uma modelo chata entrou outra meio perdidinha. O cara que dá receitas deve pensar que quem o assiste é, além de burro, surdo ou muito esquecido, pois repete no mínimo 3 vezes cada ingrediente e o passo a passo das nem um pouco originais receitas que apresenta. É muito chato o tal Edu Guedes. Faz um gênero certinho, mas o que eu mais acho certo em um profissional é o preparo e penso que ele não o tem, seja como apresentador, seja como cozinheiro.

Na Band o programa Dia a Dia é apresentado por um tal de Daniel Borg, que deve ter muito boas relações na empresa, pois de outro modo não se justificaria a sua permanência no programa que já mudou de formato várias vezes. Até que agora ele diminuiu o ímpeto de tratar os telespectadores como crianças, falando daquele jeito antigo que os animadores de festas infantis usavam.
Ao seu lado o trator Silvia Popovic, que passa meia hora dizendo o que o entrevistado dirá e, na hora em que o entrevistado deveria falar, ela diz: rapidamente, conte a sua história. Não sei por que ainda convida pessoas para o programa. Podia falar sozinha o tempo todo e pronto.

Na Rede TV somos presenteados com o Manhã Maior, que é muito maior do que deveria ser, em termos de tempo, claro. A apresentação é dividida entre uma insípida Keila Lima - que tem a mesma não-expressão, falando de qualquer assunto -, um cidadão chamado Arthur Veríssimo, que é até simpático, mas deveria ter continuado a fazer aquelas matérias na Índia e coisas do gênero e, por fim, a mulher do dono da empresa, Daniela Albuquerque que provavelmente teria dificuldades em apresentar um programa, não fosse esse qualificativo posto de primeira-dama.
Aliás, isso é uma prática na rede tv, como confirmam Luciana Gimenez e uma tal de Faa Morena (???), que vem a ser a ex do dono majoritário da emissora, segundo informa o Google. Enfim, tudo em família e o telespectador que se dane.

No horário vespertino a coisa não melhora muito. A Record tentou emplacar um chato de galocha chamado Geraldo. Não sei de onde veio essa figura, mas na falta de talento que ao menos o cara fosse bonitinho, como se exige das mulheres. Nem uma coisa, nem outra.
Na Band tem a Márcia Goldsmith. O programa é chato, mas ela até que é simpática e diz umas coisas interessantes. Parece o caso de alguém que poderia ser melhor explorado, mas que serve aos imperativos da audiência.

Na Rede TV o programa A Casa é Sua é a cara da sua apresentadora: morde e sopra. Os repórteres também combinam com a Sonia Abrão, sendo que um deles, chamado Tony Castro, não acerta uma.
Se alguém discorda, que me mostre uma única matéria em que ele não esteja com aquela mão fazendo círculos, dizendo um “que” que nunca termina, não use aquele tom monocórdio, repetindo as frases (ligadas pelo tal “que”) e deixando no ar a pergunta que não quer calar: será que o salário dele é compatível com o nível do seu trabalho?
A Sonia Abrão reclamou dia desses que a sua roda da fofoca vem sendo imitada. Jura que ela acha que descobriu a roda?
Mostre-me alguma coisa original na TV e eu me calo. O Chacrinha já dizia que na TV nada se cria, tudo se copia, mas há pessoas que direcionam todo o seu poder de crítica para fora e esquecem de olhar para o próprio umbigo.

Até a TV Brasil (antiga TV E) decepciona ao desperdiçar um formato legal como o do Sem Censura. Esse programa existe há séculos e não é daquele tipo de programa que depende exclusivamente de quem o apresenta. A fórmula é interessante: assuntos variados, debatedores inteligentes e a participação direta do público.
Tudo isso foi acabando ao longo dos anos, desde que o programa foi entregue à Leda Nagle. Foi indo, foi indo e ela conseguiu eliminar os debatedores, diminuir drasticamente a participação do público e recentemente deu uma guinada radical no formato do programa, se não me engano às sextas-feiras, quando entrevista algum “artista” (tudo o que ela sempre quis fazer na vida, como se sabe). Duas horas ouvindo alguém contar pela enésima vez como começou, os percalços pelos quais passou, o seu processo criativo (muito importante!!)e a jogação de confete dispensável e enjoativa.
Entrevistar não é uma coisa fácil, se a proposta for fazer bem feito. Para fazer aquelas perguntas óbvias, que servem mais para levantar a bola do entrevistado do que para lhe traçar um perfil, aí qualquer barnabé pode fazê-lo.
Na televisão há poucos bons entrevistadores e a Leda Nagle não é, sempre na minha modestíssima opinião, um deles.
Outra coisa que se confunde, no caso dela, é ter o comando do programa e fazer o papel daquela professora chata que ganha no grito.
Em geral é possível ver a apresentadora babando com qualquer “celebridade” (essa palavra perdeu totalmente o sentido que já teve um dia) global, amigos ou amigos dos amigos em detrimento dos outros convidados (ou seria melhor dizer figurantes) que vão lá resumir em 5 minutos o assunto interessante que teriam para expor, mas que perdem sempre para o fulando que está divulgando a sua peça, filme, etc.
Claro que há um ou outro que se pode chamar de artista realmente (em geral alguém que também é simpático, pois essa costuma ser uma marca das pessoas seguras do próprio talento), mas para a entrevista render e sair da mesmice da rasgação de seda, seria preciso haver um bom entrevistador, com alma de jornalista mesmo, do tipo que tem curiosidade pelo que não sabe, em vez de ficar repetindo aquilo que já se sabe de cor e salteado.

Confesso que fico mesmo irritada ao ver a grosseria da apresentadora ao menor deslize da produção, de um câmera ou mesmo de algum pobre convidado que tem a tola idéia de divulgar um site ou telefone, por exemplo, como se a premissa básica para alguém ir até ali não fosse a de divulgar alguma coisa.
No estilo trator, a apresentadora, com sua voz de pato rouco, - que deve se considerar uma sumidade (mas não é, vale a pena lembrar) – chama de incompetentes os membros da equipe da qual ela é só uma parte.

Agora eu pergunto: numa emissora educativa, não seria mais coerente e enriquecedor ouvir um médico explicar um novo tratamento ou um pesquisador falar de algum avanço do qual o grande público ainda não tem conhecimento ou qualquer outra coisa que, efetivamente, fosse de interesse público em vez de ouvirmos a milésima entrevista de um ator, cantora ou celebridade moderna? Por que a pauta desse programa deve se submeter à vontade da apresentadora, se a mesma mostra limitações no seu interesse?
Antes de Leda Nagle lembro de Gilse Campos, Elizabete Camarão, Lucia Leme, Liliana Rodrigues, a excelente Kátia Chalita e até Márcia Peltier, que não é um must, mas mostrava mais estofo.
Pode parecer uma simples implicância, mas é mais que isso. Acho que no Brasil (e não só aqui) a gente lucraria muito se estabelecesse uma real meritocracia. Na política, na Tv, nos jornais e revistas, nos órgãos públicos, nos hospitais, enfim, se os profissionais exercessem suas funções e tivessem cargos baseados apenas no mérito, a gente só teria a ganhar.
Possivelmente alguém que goste de uma das pessoas que critiquei pensará que estou só destilando veneno, mas não é isso.
Queria comentar essas coisas e fi-lo. Sou de uma geração altamente televisiva e gostava de ver TV, mas confesso que está ficando difícil. É uma pena que um veículo com tantas potencialidades seja tão subutilizado no que se refere à qualidade.
Não acho que o argumento de que é isso que o público gosta de ver seja de todo verdadeiro. A explicação deve estar muito mais próxima da preguiça e da conveniência.