24.2.09

Justiça ou vingança?



Quando lhe atirarem uma pedra, faça dela um degrau e suba.
Depois, quando tiver uma visão plena de toda a área, pegue outra pedra, mire bem e acerte em quem lhe atirou a primeira.

Amor de carnaval

Há séculos atrás tive um amor de carnaval. Como foi há séculos atrás (embora, às vezes, os séculos pareçam dias), tratou-se apenas de “pular” uma noite inteira juntos, com alguns beijinhos e muita, muita alegria.
No fim da noite, entre ir ao banheiro e voltar, nos perdemos de vista no meio da multidão. A última vez que o vi, ele acenava para mim. Mas era tanta gente passando que não o vi mais.
No dia seguinte, inconformada por não ter mais aqueles olhos azuis, coloquei um anúncio na rádio (um amigo tinha um programa e estávamos em uma cidade do interior, o que facilitava) para encontrá-lo. À noite lá estava ele no lugar anunciado e passamos o carnaval inteiro juntos, para nos separarmos na quarta-feira, depois de um longo e delicioso beijo de despedida.
Simples e inesquecível.

22.2.09

O que se faz com 365 preservativos usados?

Derrete-se, faz-se um pneu e chama-se um Goodyear.

Robert Desnos

Ando tão inquieta que nos intervalos entre um bloco e outro, leio poesia, escrevo aluns posts, respondo e-mails e assim vou afastando quaisquer pensamentos indesejáveis.
Deparei-me com um poema de Desnos. Não conheço tudo dele, mas gosto do que já li. Gosto especialmente da idéia dele ter tido um amor que sobreviveu à morte da amada (Yvonne George).
Hoje caiu-me nas mãos o seguinte:

Les espaces du sommeil
Dans la nuit il y a naturellement les sept merveilles du monde et la grandeur et le tragique et le charme.
Les forêts s'y heurtent confusément avec des créatures de légende cachées dans les fourrés.
Il y a toi.
Dans la nuit il y a le pas du promeneur et celui de l'assassin et celui du sergent de ville et la lumière du réverbère et celle de la lanterne du chiffonnier.
Il y a toi.
Dans la nuit passent les trains et les bateaux et le mirage des pays où il fait jour.
Les derniers souffles du crépuscule et les premiers frissons de l'aube.
Il y a toi.
Un air de piano, un éclat de voix.
Une porte claque.
Une horloge.
Et pas seulement les êtres et les choses et les bruits matériels.
Mais encore moi qui me poursuis ou sans cesse me dépasse.
Il y a toi l'immolée, toi que j'attends.
Parfois d'étranges figures naissent à l'instant du sommeil et disparaissent.
Quand je ferme les yeux, des floraisons phosphorescentes apparaissent et se fanent et renaissent comme des feux d'artifice charnus.
Des pays inconnus que je parcours en compagnie de créatures.
Et y a toi sans doute, ô belle et discrète espionne.
Et l'âme palpable de l'étendue.
Et les parfums du ciel et des étoiles et le chant du coq d'il y a 2000 ans et le cri du paon dans des parcs en flamme et des baisers.
Des mains qui se serrent sinistrement dans une lumière blafarde et des essieux qui grincent sur des routes médusantes.
Il y a toi sans doute que je ne connais pas, que je connais au contraire.
Mais qui, présente dans mes rêves, t'obstines à s'y laisser deviner sans y paraître.
Toi qui restes insaisissable dans la réalité et dans le rêve.
Toi qui m'appartiens de par ma volonté de te posséder en illusion mais qui n'approches ton visage du mien que mes yeux clos aussi bien au rêve qu'à la réalité.
Toi qu'en dépit d'une rhétorique facile où le flot meurt sur les plages, où la corneille vole dans des usines ruine, où le bois pourrit en craquant sous un soleil de plomb.
Toi qui es à la base de mes rêves et qui secoues mon esprit plein de métamorphoses et qui me laisses ton gant quand je baise ta main.
Dans la nuit il y a les étoiles et le mouvement ténébreux de la mer, des fleuves, des forêts, des villes, des herbes, des poumons de millions et millions d'êtres.
Dans la nuit il y a les merveilles du monde.
Dans la nuit il n'y a pas d'anges gardiens, mais il y a le sommeil.
Dans la nuit il y a toi.
Dans le jour aussi.

Das ilusões, das fantasias....



Foto: Anne Leibovitz

Uma das fantasias do amor é pensar que o outro forma uma unidade conosco. Cedo ou tarde se vê que cada parte é uma parte, uma entidade separada e, às vezes, uma ilha distante, cercada de mistérios insondáveis.

Carlos Drummond de Andrade

Se procurar bem você acaba encontrando
Não a explicação (duvidosa) da vida
Mas a poesia (inexplicável) da vida.

Carnaval 2009

Beijar na Boca
Claudia Leitte
Composição: Blanch Van Gogh / Roger Tom

Eu estava numa vida de horror
Com a cabeça baixa sem ninguém me dar valor
Andava atrás (tchururu) da minha paz (tchururu)

Agora que mudou a situação
Choveu na minha horta vai sobrar na plantação
Deixei pra trás (tchururu), pois tanto faz (tchururu)

(Refrão)
Eu quero mais é beijar na boca
Eu quero mais é beijar na boca (eu quero mais)
Eu quero mais é beijar na boca
E ser feliz daqui pra frente... pra sempre (2x)


Já me livrei daquela vida tão vulgar
Me vacinei de tudo que podia me pegar
Corri atrás (tchururu)
Quem tenta faz (tchururu)

Eu ando muito a fim de experimentar
Meter o pé na jaca sem ter que me preocupar
Eu quero mais, mais, mais, mais...

(Refrão)
Eu quero mais é beijar na boca
Eu quero mais é beijar na boca (eu quero mais)
Eu quero mais é beijar na boca
E ser feliz daqui pra frente... pra sempre (2x)

Eu estava numa vida de horror
Com a cabeça tonta sem ninguém me dar valor
Andava atrás (tchururu) da minha paz (tchururu)

Agora que mudou a situação
Choveu na minha horta vai sobrar na plantação
Deixei pra trás (tchururu), pois tanto faz (tchururu)

(Refrão)
Eu quero mais é beijar na boca
Eu quero mais é beijar na boca (eu quero mais)
Eu quero mais é beijar na boca
E ser feliz daqui pra frente... pra sempre (2x)

Minuto de sabedoria

Diga-me com quem andas e te direi se vou contigo.

Não sabendo que era impossível, foi lá e fez.

Tudo na vida é mesmo relativo, até mesmo a ignorância. Às vezes ignorar algo pode ser muito vantajoso.
A gente é muito condicionado. Basta ouvir dizer que não se pode, que ninguém consegue, que não é assim que funciona e outras pérolas do gênero, para não se chegar nem mesmo à tentativa.
Yes, we can!!

21.2.09


Foto: O Globo

Os números são gigantescos: cerca de 800 mil pessoas acompanharam o Cordão da Bola Preta. Uma delícia ver o bom humor, a alegria e a criatividade do carioca.
A gente estava lá e foi muito bom.

15.2.09

Definições de felicidade

"A felicidade não depende do que nos falta, mas do bom uso do que temos".
Thomas Hardy

40º

- Carnaval abre um parêntese, né?
- É, e depois se fecha.
- Mas pode ser numa quarta-feira qualquer, anos depois, séculos.
- Sim, mas chega sempre uma quarta-feira, né?
- Sempre é grande demais. Geralmente chega. Mas "geralmente" é diferente de "sempre".
- É.

Papo cabeça

- Naquele dia fiquei ensopado. Choveu muito.
- É esse verão está super seco

Dãããã?

Só pra lembrar

Máscara negra
(Zé Kéti e Pereira Matos)

Tanto riso, oh quanta alegria
Mais de mil palhaços no salão
Arlequim está chorando pelo amor da Colombina
No meio da multidão

Foi bom te ver outra vez
Tá fazendo um ano
Foi no carnaval que passou
Eu sou aquele pierrô
Que te abraçou
Que te beijou, meu amor
A mesma máscara negra
Que esconde o teu rosto
Eu quero matar a saudade
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval

12.2.09



Antes que me esqueça, registro aqui duas frases muito interessantes que ouvi na peça "Não sou feliz, mas tenho marido", dirigida por Victor Garcia Peralta e maravilhosamente interpretada por Zezé Polessa (o texto é de uma autora argentina, o que ratifica que homens e mulheres são iguais não importando a nacionalidade).
Ei-las: "A melhor forma de chegar ao coração do homem é com uma faca e pelas costas"
"A parte mais insensível do pênis é o homem"

8.2.09

Carnaval 2009

Estão abertas, na maravilhosa cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, as comemorações do carnaval 2009. Vou aproveitar para exorcizar tudo de ruim, esquecer as preocupações, problemas, chatices e afins e botar o bloco na rua. Realidade só depois da quarta-feira de cinzas.

1.2.09

A verdade do amor

Dizer e ouvir um "Eu te amo" será bom na medida exata da verdade contida nesta afirmação.
Às vezes se diz demais e outras vezes de menos, mas a medida certa não é essa, na minha opinião.
Se for verdade, será sempre bom ouvir. Se não for, pode ferir.
Mas o ponto que gostaria de deixar registrado aqui, para que eu mesma possa me lembrar de vez em quando, é que o amor se expressa nas atitudes, nos pequenos e nos grandes gestos do cotidiano. Foi isso que pensei ao ver este vídeo.
Não basta amar.
Não basta dizer que ama.
É preciso encontrar o jeito certo de dizer, e principalmente, de demonstrar.

Um bom começo é estarmos atentos, procurando compreender e perceber as pessoas que amamos, as suas necessidades e a forma mais acertada de lhes mostrar o nosso amor, porque cada um tem o seu caminho de entendimento e suas próprias necessidades.

Acho que isso vale para o amor de um modo geral. Às vezes a gente quer dar alguma coisa que nos parece ser a melhor. Mas não seria mais correto (e mais trabalhoso, claro) saber o que a outra pessoa gostaria e precisaria receber?