17.5.09

Amor e cuidado



Achei linda essa foto. Ela diz muito do que é o amor ou do que eu quero do amor.
Amar é cuidar, proteger, acolher, abrigar.
Amar é pegar chuva, mas não molhar seu instrumento, porque é dele que vem a sua alegria, o prazer, a parte boa da vida.
Amar é fazer sacrifícios sim, mas sem dor ou cobranças, porque, no fundo, sacrifício mesmo seria não fazê-lo.
Amar é uma descoberta, um preenchimento. Pode até ser o contentamento descontente do poeta, mas o amor está mais perto da certeza que da dúvida, porque a gente sabe quando ama e a gente age como quem ama, quando ama.
Essa foto me fez pensar no amor (de modo geral ou específico, tanto faz, porque quem ama cuida: do bichinho a um objeto, do irmão ao companheiro, etc..etc..etc...) e já que uma imagem vale mais que mil palavras, fico por aqui.

Mensagens que recebi

"A primeira característica do amor é a inteligência. Se o amor não é inteligente, não é humano e até nem sequer é amor! Amor é compreender o outro, dar-lhe o lugar certo, ir ao encontro das suas necessidades e dar-lhe equilibradamente o que ele precisa e eu lhe posso dar. Ora isso só se faz com inteligência, com uma sensibilidade que sabe discernir. Inteligência quer dizer "ler por dentro" a realidade. Posse e prazer são uma caricatura do amor. Entregar-se e acolher inteligentemente é próprio de quem ama."

"A fidelidade não é a pessoa manter-se sempre onde está. Pode ser que, por fidelidade ao bem maior e à minha consciência e até ao bem do outro, eu deva tomar uma opção de mudança para ser fiel. Para ser fiel ao bem maior, à minha consciência, não devo continuar, se calhar, uma situação estragada. Fidelidade pode consistir assim numa mudança bem feita. Mas a mudança até pode ser na mesma relação ou na mesma situação, que tem que ser vivida de outro modo para ser fiel. Fidelidade não é estar preso ao passado, é nunca desistir do objectivo com que me comprometi. E recomeçar cada dia."

Vasco Magalhães
Tenho várias anotações que gostaria de fazer, mas estou com um pouco de preguiça de escrever.
A semana passada levei dois sustos e um corte profundo no dedo. Mas nem fui ao hospital, porque não queria levar pontos. Não é muito grande, mas foi fundo e a culpa foi da minha preguiça de pegar o vidro do modo correto e não do modo mais fácil.
Conheci 2 pessoas interessantes, papo bom e reflexivo, como eu gosto (mas não pensem que isso é igual à chatice, pois não é. Pensar sobre as coisas é só uma manifestação da minha curiosidade, da sede que tenho de descobrir coisas, de encontrar respostas e entender aquilo que me escapa à compreensão). Gosto quando encontro pessoas com essa mesma disposição. É raro, mas acontece. Às vezes por puro acaso.
Acho que estou mais estável. Entendi que aquela montanha russa não estava me fazendo bem e tomei providências.
Já sei de algumas coisas que quero e de outras que não quero.
No tarot da internet saiu a carta da morte, mas quem saca de tarot sabe que a morte não precisa ser a morte mesmo, mas uma grande mudança, uma reviravolta na roda da fortuna.
Estava escrito: "Existem momentos da vida em que somos desafiados a perder cascas, a compreender a importância de caminhar, deixando paisagens para trás. Ainda que isso doa, uma vez que nosso ego se estrutura a partir de apegos e identificações, é a compreensão meditativa de que tudo passa que lhe permitirá seguir caminhando e, enfim, abrir-se ao novo que belamente se introduz em sua vida, pouco a pouco, passo a passo, até que você apareça com a alma totalmente renovada. Procure se interiorizar neste momento, evitando grandes atividades sociais. Faça este contato com o núcleo da sua alma e você entenderá quais são as coisas que precisam ser deixadas para trás."
Curiosamente isso tem tudo a ver com o livro do Osho que está quase no fim. Ele fala o tempo todo da prisão da mente, do que aprendemos, do ego, da caminhada rumo à infelicidade, se esse ciclo não é quebrado. A verdade é que o desapego é o grande barato da coisa toda. Mas seria ótimo se bastasse entender isso para conseguir executar.
Fiquei muito feliz com aquele lance do dia 25. Não foi tão completo como eu gostaria, mas mostrou que posso ir por aquele caminho. Não posso esquecer disso. Não foi sorte e sim competência, criatividade, capacidade. Foi muito bacana ver esse resultado, principalmente por não haver nenhuma expectativa concreta.

A me escreveu coisas muito lindas. Ela sempre sabe o que e quando me dizer. Devo tanto a ela e não há amor maior do que o que nos une, forever.
Sinto-me mais equilibrada, apesar do medo das coisas que estão por vir. Tenho que passar de novo por aqueles momentos de apreensão e isso me amedronta muito. Não quero pensar, mas penso. Às vezes a vida da gente é toda mudada pelo que está escrito em um pedaço de papel.
Meu anjinho me diz que tudo vai dar certo. A dúvida vem do outro lado só para me desestabilizar, mas sinto que estou melhor. Pelo menos o sobe e desce está diminuindo.
Depois eu volto. Agora estou com preguiça e sono.
Boa semana, galera (e kd os e-mails que sumiram?)

11.5.09

Boa semana

Pessoal, boa semana. Não estou muito "falante" hoje. Deixo uma frase. Se você gostar de receber, aprenda a dar e o mundo será melhor, com certeza.
Aliás, se a gente só desse o que gostaria de receber, a Terra seria o Paraíso, né não?
Para os que pediram para abrir os comentários, peço desculpas, mas prefiro os e-mails. Sei que dá mais trabalho, mas isso garante que quem escreve está mesmo com vontade de escrever (e tenho tido gratas surpresas).
Se for para me dizer coisas simpáticas (ainda que discordando do que eu digo) é sempre bem vindo. Se for para me encher o saco, eu deleto, porque já tem mala demais no mundo real, para aturar também os do mundo virtual.
E a frase é:

"O melhor presente que podemos dar a outra pessoa é nossa atenção plena".
Richard Moss - Médico, escritor.

Não sei se é o maior presente, mas é um dos maiores, seguramente. Porque para dar atenção você precisa respeitar, gostar e, quiçá, amar.
Então, galera, dê a sua atenção integral ao seu interlocutor, a quem você ama, à sua mãe, aos professores, à natureza, aos sinais diretos e indiretos, enfim, lembre-se que a vida pode ser curtíssima e fazer as coisas por fazer é muito pobre.

Au revoir, que eu vou em frente e atrás vem gente.

10.5.09

Impotência sem remédio

Acordei com a disposição de fazer do meu dia um lindo dia, mas soube de um fato triste e, como ando ainda mais super-hiper-mega sensível, fiquei triste.
Triste por não conseguir aceitar que a vida tem essas coisas chatas e feias sem sofrer. Também por saber que sou impotente diante delas e que morro de medo de parar de dar ouvidos ao anjinho que me diz que a vida é boa e bela e acreditar só nesse outro elemento que insiste em dizer que o mundo é uma merda, que as pessoas não merecem nem o meu desprezo, quanto mais o meu amor e que não há esperança de mudança positiva.
Vou ter que ler muito Osho para descolar um pouco de equilíbrio para esse meu coraçãozinho (e cabecinha, por supuesto) tão dividido.
Por enquanto na minha jukebox interna tocam os sambas e fados da minha herança genética. Às vezes fico com medo de um desses rítmos se sobrepor (no caso o fado) ao outro e eu ficar irremediavelmente triste.
Vamos a ver, como dizia F.

Fases

Ando numa fase politicamente incorreta. As razões são variadas, mas uma delas é que ando sem esperança na humanidade (na humanidade que ocupa o território nacional inclusive). Vai daí que, noutro dia, respondi muito sinceramente uma pergunta que me foi feita, de forma indireta.
A pessoa disse que eu tinha sido politicamente incorreta e que algumas coisas a gente pode pensar, mas não deve falar.
Claro que existem coisas que não se deve dizer. Mas o que eu disse não estava nessa categoria. Acho que poderia estar classificada como a antítese da hipocrisia em que vivemos.
Confesso que há coisas que me enchem o saco de forma, praticamente, irreversível.
Ler a Veja hoje não fez bem ao meu fígado. Não que houvesse ali alguma novidade, fato inédito e tal, mas é que há dias em que algumas coisas parece que ficam ainda mais indigestas.
Recentemente tive um contato muito próximo com a política e constatei que meu estômago é sensível demais. Nesse ambiente o sujeito tem duas opções: joga fora todo resquício de caráter e entra na farra ou pula fora imediatamente. Não há inocentes nesse meio.
Isso não é privilégio do Brasil, claro, mas é aqui que isso me dói mais.

3.5.09

Mais Quintana

Certezas


Não quero alguém que morra de amor por mim...

Só preciso de alguém que viva por mim, que queira estar junto de mim, me abraçando.

Não exijo que esse alguém me ame como eu o amo, quero apenas que me ame, não me importando com que intensidade.
Não tenho a pretensão de que todas as pessoas que gosto, gostem de mim...

Nem que eu faça a falta que elas me fazem, o importante pra mim é saber que eu, em algum momento, fui insubstituível...
E que esse momento será inesquecível...

Só quero que meu sentimento seja valorizado.
Quero sempre poder ter um sorriso estampando em meu rosto, mesmo quando a situação não for muito alegre...
E que esse meu sorriso consiga transmitir paz para os que estiverem ao meu redor.

Quero poder fechar meus olhos e imaginar alguém...e poder ter a absoluta certeza de que esse alguém também pensa em mim quando fecha os olhos, que faço falta quando não estou por perto.

Queria ter a certeza de que apesar de minhas renúncias e loucuras, alguém me valoriza pelo que sou, não pelo que tenho...

Que me veja como um ser humano completo, que abusa demais dos bons sentimentos que a vida lhe proporciona, que dê valor ao que realmente importa, que é meu sentimento...e não brinque com ele.

E que esse alguém me peça para que eu nunca mude, para que eu nunca cresça, para que eu seja sempre eu mesmo.

Não quero brigar com o mundo, mas se um dia isso acontecer, quero ter forças suficientes para mostrar a ele que o amor existe...

Que ele é superior ao ódio e ao rancor, e que não existe vitória sem humildade e paz.
Quero poder acreditar que mesmo se hoje eu fracassar, amanhã será outro dia, e se eu não desistir dos meus sonhos e propósitos, talvez obterei êxito e serei plenamente feliz.

Que eu nunca deixe minha esperança ser abalada por palavras pessimistas...
Que a esperança nunca me pareça um NÃO que a gente teima em maquiá-lo de verde e entendê-lo como SIM.

Quero poder ter a liberdade de dizer o que sinto a uma pessoa, de poder dizer a alguém o quanto ele é especial e importante pra mim, sem ter de me preocupar com terceiros... Sem correr o risco de ferir uma ou mais pessoas com esse sentimento.

Quero, um dia, poder dizer às pessoas que nada foi em vão...
Que o amor existe, que vale a pena se doar às amizades a às pessoas, que a vida é bela sim, e que eu sempre dei o melhor de mim... e que valeu a pena.

Mário Quintana

Somos donos de nossos atos,
mas não donos de nossos sentimentos;
Somos culpados pelo que fazemos,
mas não somos culpados pelo que sentimos;
Podemos prometer atos,
mas não podemos prometer sentimentos...
Atos sao pássaros engailoados,
sentimentos são passaros em vôo.

DA FELICIDADE

Quantas vezes a gente,em busca da ventura,
Procede tal e qual o avozinho infeliz:
Em vão,por toda parte,os óculos procura
Tendo-os na ponta do nariz!



Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade.

DAS UTOPIAS

Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!

Linha Reta
Linha sem imaginação.

Linha Curva
O caminho mais agradável entre dois pontos.


Quem não compreende um olhar,
tampouco compreenderá uma longa explicação
Croquete de frango ao curry em crosta de castanha e chutney de banana com côco.

Atum em crosta de pimenta, ragout de lentilhas e chutney de tomate.

Rolinhos de chocolate com ganache de chocolate e calda quente de maracujá

Melody Gardot e vinho chileno.

O devoto de São Ridículo



Agradecendo ao seu padroeiro por não ter tido overdose de Viagra, Berlusconi sobe mais um degrau rumo ao ápice do ridículo.
Li hoje que a mulher desta mala vai pedir (ou já pediu) o divórcio, depois de tomar conhecimento pela imprensa que o velhinho anda "flertando" com uma napolitana de 18 anos (na verdade, ele gostaria que pensassem que está, porque acho que nem com Viagra na veia ele deve conseguir fazer alguma coisa digna de nota ou registro....além disso, mesmo na época remota em que aquela coisa ainda subia, ele não foi do tipo com pegada.....e, ainda, com um ego daquele tamanho o sujeito é, no mímimo, ejaculador precoce e sem a menor criatividade nem para compensar essa lamentável recorrência masculina....claro que a mulherada deve gozar muito com ele...... quando ganha presentes e depois, rindo da cara do idiota.....hehehehe).
Ela teria dito: ""La strada del mio matrimonio è segnata, non posso stare con un uomo che frequenta le minorenni", e mais,"voglio che sia chiaro che io e i miei figli siamo vittime e non complici di questa situazione, dobbiamo subirla e ci fa soffrire".

Visto de fora a gente pensa: mas por que diabos essa mulher ficou casada com uma coisa dessas e por tanto tempo?
Há duas hipóteses, na minha opinião:
1 - Por mais bizarro que possa parecer, apaixonou-se por ele (o amor é, até certo ponto, cego e surdo) a ponto de aguentar até o desrespeito público (o fato de ser público agrava, mas o que fere é o desrespeito mesmo).
2 - Apaixonou-se pela grana e o status (ok, o cara é conhecido como 171, tem milhões de processos dos quais tratou de se livrar, mas ainda assim é o homem mais rico da Itália e isso coloca todo mundo de joelhos, lambendo o chão por onde ele passa) dele e achou que podia suportar os vexames, as humilhações e a canalhice dele.

Só uma das dessas duas hipóteses pode explicar a razão dela não ter tomado a mesma medida antes. O cara é tão ridículo que esquece que, além da mulher, expõe também os filhos à situações degradantes (claro que estou qualificando sob o meu ponto de vista, porque com certeza deve ter muita gente achando que ele é o máximo).

O que ele representa politicamente para mim já é um lixo, mas me enoja mais ainda o que ele demonstra ser pessoalmente.

O normal (ainda que inútil e errado) seria desejar que ele fosse bem infeliz, que ficasse sozinho, tendo mil mulheres a pagamento, mas essencialmente sozinho. Mas gente como ele não tem nada que se pareça vagamente com sentimento.
Acho que ele se enquadra na minha idéia de psicopata. Não é capaz de sentir. Ele usa tudo e todos para saciar a própria sede de poder e de prazer. Do ponto de vista de uma pessoa normal, ele é um infeliz. Mas ele provavelmente deve estar rindo de tudo isso, contente por estar sendo motivo de conversas, se achando o gostosão da bala Chita e pensando na próxima merda que vai fazer.
Como diria o Tião Macalé: Nojento!
P.S. Também já li versões de que a jovem poderia ser filha do dito cujo.

2.5.09

Ainda sobre Osho

"Mas um Mestre sempre pede o impossível, porque somente assim você pode mudar. Com o possível você permanece o mesmo. Tudo o que a sua mente acha possível está dentro dela. O que ela diz que é impossível está além dela. Tente o impossível. Religião é o esforço para alcançar o impossível. Religião é o esforço para fazer acontecer aquilo que não pode acontecer".

"A comida e o sexo são básicos. A comida é mais básica do que o sexo, pois você pode viver sem sexo, mas não pode viver sem comida".

"O sexo não é a base da sua existência biológica: é a base da existência biológica da sociedade - não da sua".

"A punição nunca muda ninguém".

"Você sempre compreende de acordo consigo mesmo. Você lê um livro e compreende apenas o que já conhece. Você ouve, mas interpreta pelo passado, seu passado interfere".

1.5.09

Osho

"Se alguém lhe diz que você é desonesto, você imediatamente se defende. Por que? Porque tem medo e o medo é defensivo. Você está preocupado com isso e reage, porque sabe que é desonesto.
A verdade machuca muito, porque a ferida está presente. Você sabe que é desonesto, e se alguém lhe diz isso, você não pode rir, torna-se sério, tem de se defender.
De outro modo, o fato será conhecido. Você precisa lutar. Senão o fato será conhecido, todos começarão a pensar que você é desonesto.
E se as pessoas souberem que você é desonesto, então será difícil continuar a sê-lo, pois só quando as pessoas acreditam que você é honesto é que você pode continuar sendo desonesto.
Isso é matemático. Só quando as pessoas acreditam que você é um homem verdadeiro é que você pode mentir. Se todos souberem que você é mentiroso, tudo estará terminado. Como poderá mentir? Mesmo para mentir é necessário que as pessoas tenham uma espécie de confiança em você. Você só pode ser um ladrão se as pessoas acreditarem que é um santo, porque assim elas não se protegerão de você".




O texto acima foi extraído de um livro muito interessante que estou lendo, chamado Nem água, nem Lua. São histórias zen tiradas das palestras de Osho.
Vocês devem achar que sou monotemática e falo quase sempre dos mesmos temas: amor, mentira, saudade, reflexões. Mas esse é o meu "diário" (ou semanário)e escrevo sobre as coisas que me afligem, interessam, impressionam, alegram, entristecem ou simplesmente sobre aquilo que eu gostaria que fosse, do jeito que eu gostaria que fosse, exatamente como eu sonhei e desejei que fosse.

Algumas coisas são ilimitadas, entre elas a capacidade de ser ridículo.

NÁPOLES (Reuters) - O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, que se comparou a Jesus Cristo e Napoleão Bonaparte, afirmou nesta sexta-feira que é o líder mais popular do mundo.
O premiê conservador, em seu terceiro mandato, disse que uma pesquisa de opinião mostrou sua popularidade acima de 75 por cento, colocando-o à frente do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama --ou qualquer outro líder de governo.

"As pesquisas de opinião dizem que ele (Obama) tem 59 por cento. Somente o Lula alcança 60 por cento-- ele está com 64 por cento. Então a minha é um recorde de alta", disse ele a repórteres, em Nápoles, citando o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.

Berlusconi -- que se declarou o Jesus Cristo da política italiana e disse que ficava atrás somente de Napoleão -- foi criticado por manifestantes que gritaram "Vá embora!".

Analistas concordam que Berlusconi possui alto grau de aceitação apesar da crise econômica -- o Fundo Monetário Internacional prevê que a economia do país se contraia em 4,4 por cento neste ano -- embora talvez não seja tão grande quanto ele alega.

O premiê italiano, que regularmente reclama de tratamento injusto pela mídia apesar de controlar diretamente ou indiretamente 90 por cento das emissoras de TV da Itália, definiu sua popularidade em 75,1 por cento.

"Essas são pesquisas independentes, mas não são prontamente divulgadas", afirmou ele.
(Reportagem de Laura Viggiano)Yahoo notícias.

Dialética

É claro que a vida é boa
E a alegria, a única indizível emoção
É claro que te acho linda
Em ti bendigo o amor das coisas simples
É claro que te amo
E tenho tudo para ser feliz

Mas acontece que eu sou triste...

Vinicius de Moraes

Pequenos gestos de amor


Numa associação de idéias muito particular, partindo do 1º de maio, lembrei-me do meu primeiro amor (ou o que eu pensava que fosse o amor, mas que era a primeira paixão).
Foi aquele começo bem romântico, de troca de olhares, de passar várias vezes e a cada uma delas olhar com um sorriso. Enfim, essas coisas que a maioria das pessoas já viveu.
Um dia ele me pediu uma carona de guarda-chuva. Estava chovendo. Eu tinha guarda-chuva e ele não. Aí ele, muito timidamente, me perguntou se podia pegar uma carona.
Respondi que sim e fomos, aproveitando a chance que o pequeno guarda-chuva nos dava de estar assim próximos. Ele, com a desculpa de segurar o guarda-chuva, segurou a minha mão. Senti fagulhas de ambos os lados.
Depois disso não me lembro bem, mas algum tempo depois ele deve ter me pedido o telefone, para passearmos (ele não era do Rio) e um belo dia ligou.
Convidou-me para sair, mas já não me lembro onde fomos e nem sei se foi aí que o namoro começou.
O fato é que - ainda no processo de sair da adolescência - me apaixonei pela primeira vez. Claro que antes já havia sentido várias paixõezinhas na escola, mas tudo platônico e, para ser sincera, sem grandes importâncias.
Começamos a namorar e eu não pensava em mais nada, não sentia fome, nem sono, nada.
Dormia pensando nele e acordava do mesmo jeito. Sei que com ele também era a mesma coisa, pois nessa idade nem os homens fingem bem e ele estava apaixonado como eu
Muitos meses depois brigamos, aliás, eu briguei. Fiquei ofendidíssima com uma proposta indecente que ele me fez. Nossos hormônios estavam a mil por hora e, claro, a gente sentia um tesão enorme, mas eu não queria transar ainda, ou melhor, até queria, mas sabia que tinha que me sentir segura, fazer isso por mim e não para ceder a vontade dele.
Ele sugeriu que aquele era o momento, com muito jeitinho, de forma tão indireta que custei a entender, mas, quando entendi, fiquei ofendidíssima (pelo menos essa foi a minha reação). Eu já havia dito que, quando me sentisse pronta, seria a primeria a tomar a iniciativa. Achei que ele estava me pressionando e reagi radicalmente.
Durante dias ou semanas (não me lembro)ele passava por mim e eu nem olhava (a gente se via diariamente).
Nos primeiros dias eu não queria mesmo olhar, estava com raiva e achava que não falaria com ele nunca mais.
Depois a raiva começou a passar e já sentia vontade de falar, de olhar...mas não olhava. Acho que gostava muito de ser dura naquela época. Já havia entendido que ele não queria forçar a barra e nem me manipular, apenas sentia tesão, queria transar e me disse isso.
Não sei quantos dias (ou semanas?) depois ele me ligou, dizendo que não aguentava mais aquela distância, que me amava muito e que gostaria de conversar, para entender as minhas razões e explicar as dele.
Claro que o meu coração disparou, porque eu também já não sentia raiva e queria muito estar com ele, beijá-lo, ouví-lo.
Marcamos um encontro, mas eu não tinha intenção de amolecer. Só que ele foi muito sensível e me fez uma linda surpresa. Foi esse gesto simples, pequenininho e tão lindo que me fez abrir um sorriso enorme, abraçá-lo, beijá-lo (aqueles beijos de adolescente, sabem?) e sentir uma felicidade imensa.
A surpresa consistia em usar um sapato de bico fino. Explico: ele sempre usou sapatos que eu não gostava. Várias vezes comentei que ele ficaria melhor com outro tipo de sapatos mais elegantes, mas ele resistia, dizia que gostava mais daqueles que usava.
Um dia vimos um sapato que eu achei lindo. Disse a ele que queria que tivesse um assim. Ele desconversou, mas eu sabia que aquela seria uma batalha longa (realmente os sapatos que ele usava eram feios demais e sapato de homem tem que ser bom e bonito). Conclusão: no dia do encontro, ele apareceu com aqueles sapatos que gostei.
Foi a primeira coisa que vi, quando o encontrei. Aquilo quebrou todas as minhas reservas. Corri para o abraço e vivemos felizes para quase sempre até nos separarmos muitos anos depois, quando eu já não sentia aquela grande paixão.
Não foi apenas o prazer de ver a minha vontade realizada (confesso que, naquela época principalmente, era importante me sentir "vencedora"...coisas da insegurança e da imaturidade), mas principalmente, porque ele disse, sem a necessidade das palavras e de um modo muito delicado, que me amava, que estava aberto às mudanças, que faria "sacrifícios", que queria me ver feliz, alegre e, naquele dia, conseguiu.

Na intimidade da nossa cama


Normalmente se tem a idéia de que o máximo de intimidade que se pode ter com alguém é o sexo. Talvez até eu mesma já tenha pensado isso em priscas eras.
Na verdade sexo não traduz, necessariamente, alguma intimidade. Pode-se fazer sexo com ou sem intimidade. Isso não tem nada a ver com o nível de sacanagem, de exposição, de fantasia. Diria que intimidade no sexo está ligada à entrega e a gente sabe que esse é um artigo que a gente dá e recebe muito raramente.
Na vida cotidiana há várias "coisinhas" que dão o tom de intimidade. Falando de casais, cada um tem a sua dinâmica e a sua evolução. Alguns passam a vida sem criar realmente uma intimidade. Outros se entendem no olhar e até nos silêncios.

Na minha recente vida de casal, havia uma coisa que eu gostava muito e que me lembrei escrevendo isso.É uma situação "de cama", mas não se trata de sexo.
Eu ouvia as histórias que E lia para mim.
Normalmente prefiro ler a ouvir, pois minha memória e concentração são mais visuais que auditivas, mas adorava me deitar e ouví-lo ler histórias, me explicando o significado de algumas palavras que eu não sabia ou não tinha certeza.
Às vezes eu me deitava no braço dele e, quando fazia frio, ao calor da voz se somava ao do corpo e eu me sentia muito bem.
A idéia inicialmente foi minha e deveria ser o contrário: eu leria lendas e contos do folclore brasileiro. Mas não sei bem como a coisa se inverteu e, na maioria das vezes, era ele quem lia para mim.Ultimamente eu havia começado a ler Machado de Assis.
Gostava imensamente desses momentos, pois eram um espaço que eu acreditava ser muito nosso, que me dava uma sensação de aconchego, de carinho, de intimidade e de segurança. Depois vinha o sono tranquilo, os carinhos matinais, o café da manhã. Enfim, essas coisas que compõem a parte boa da rotina.
Pode parecer uma coisa tolinha, mas para mim é uma doce lembrança. Não sei o que significava para ele. Ou sei?
Hoje acordei triste. Certamente algum sonho. Sei que sonhei muitas coisas, pois acordei mais de uma vez e em cada uma delas lembrava de um sonho. Depois dormi e esqueci tudo.
O último, talvez tenha sido o mais legal, mas ainda assim não deve ter ajudado a apagar a sensação dos outros sonhos. Nesse último eu andava de moto.

Dia do Trabalhador

Primeiro de maio me lembra as estradas tingidas de amarelo, pela primavera, entre Lisboa e o Minho.