2.8.09

Pensamentos: V. Magalhães

"A estratégia para vencer o medo consiste, primeiro, em enfrentá-lo, aceitar-me como sou, redimensionar bem a situação, ver bem qual é o meu ponto fraco e olhar para ele de frente. É a pega de caras. O primeiro passo para resolver um problema é saber de que problema se trata! Depois, vem a capacidade de comunicar e discutir isso com os outros, o diálogo, arriscar-se a abrir-se com outro, objectivar e libertar-se, não viver as coisas sozinho, enterrando-se no buraco".

"Sentirmo-nos amados, bem como a confiança no outro e no sentido da vida, é que nos transmite segurança e paz, é o que nos tira o medo. Sem amor, sem confiança e sem sentido, fica-se no medo e na morte, sem relação".

"Se fosse na música seria de louvar a arte da fuga, ensiná-la e apreciá-la seria um bom serviço, mas na educação e nas relações sociais a fuga manifesta um triste pessimismo e oportunismo. "Atira-te e depois logo se vê, talvez dê" é fuga para frente (até no casamento a encontramos), assim fazem alguns e acham-se corajosos. Outros dizem: "não te metas nisto", "mais vale só que..." Fuga para trás! Também há a fuga para o lado, "a culpa é dos outros" ou "faço como eles". E que tal tentar enfrentar cada situação para ponderar o que é mais justo e responsável? Isso, sim, é fortaleza".

"Um mundo sem problemas seria um mundo de plástico, falso. Pensar que se não houvesse problemas é que seríamos felizes é um engano muito grande. Nem sequer seríamos pessoas, seríamos umas marionetas, porque a vida custa e crescer tem o seu preço. O que vale a pena paga-se e é bom que assim seja. Quando alguém se acha no direito de ter tudo de mão beijada, está a enganar-se e a fragilizar-se".

"Claro que existem riscos num caminho marcado pelo desconhecido, porque não há caminhos completamente seguros, nem isso seria desejável. Contudo, correr o risco pode desbloquear em nós uma coisa muito bonita e que exige espírito de aventura no bom sentido, que é iniciar uma caminhada construtiva e humanizante. Quem não arrisca…"

"No início de qualquer empreendimento seria bom pensar qual é a melhor atitude para enfrentar as coisas agradáveis e as desagradáveis, as certezas, as inquietações e as dúvidas que nos esperam, isso dispõe-nos a entrar com o pé direito. E sem dúvida essa atitude é de coragem lúcida, de força interior pensada, que não se encolhe diante das dificuldades ou dos problemas, mas se dispõe a enfrentá-los. Não me salva o mero atirar-me para a frente sem mais, o ser destemido de uma forma mais ou menos tonta nem a busca de um heroísmo fácil. É mais heróico aceitar os problemas e saber pedir ajuda para o caminho".

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