26.4.09

Companheiros

Ontem fui à missa de 7º dia de Z. Ela morreu já faz alguns anos, mas o corpo foi embora agora. Durante toda a missa (super chata, aliás, com um padre totalmente sem noção, reclamando, dizendo que todos nós temos Aids na alma e outras pérolas)fiquei vendo um filminho dela: o sorriso, as piadas, a alegria que irradiava, as comidinhas gostosas que fazia, a bandeja que trouxe um dia, com o meu café da manhã, acompanhada do sorriso de sempre e de uma rosa, os inúmeros bolos que fez especialmente para mim (e para outras pessoas também, porque ela adorava presentear assim).
Lembrei-me de suas posições políticas, do quanto falava das ligas componesas, de D. Helder. Suas frases, os relatos e histórias, sua linda voz cantada, sua beleza de top model na juventude, todas essas imagens passaram na minha frente e senti uma saudade calma e profunda. Chorei, como sempre e desejei que A tenha forças para passar esse momento.
Acho que não existem mais homens como ele, maridos tão dedicados, amigos e companheiros. No lugar dele a grande maioria teria resolvido o "problema" de outra forma. Ele não. Ficou com ela até o fim e ela merecia que fosse desse modo.
Casaram-se já na "adultice", como ela dizia. Nunca perderam a alegria daquela união.
Tudo acaba e a gente tem que aceitar isso, mas o "nunca mais" é meu maior inimigo.

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