5.4.09



Defintivamente se pode tirar lição de tudo. Cito alguns exemplos, que não têm ligação entre si, mas voltam ao mesmo ponto: tudo pode servir de estímulo para uma boa e sana reflexão.
No mundo todo existe essa febre de Big Brother e as pessoas se dividem entre os que gostam e os que não gostam. Coloco-me no meio, digamos. Não deixaria de fazer nada para ficar em casa assistindo o programa, mas, se vejo, acabo torcendo para alguém.
Aprendizado com o BBB9:
1 - Se julgar é errado, pré-julgar é ainda mais. Pré-julguei preconceituosamente e errei.
2 - Também vi claramente como é fácil a gente se dividir. Não precisa nem de um limite físico. O ser humano é tão capaz e inteligente para algumas coisas e tão estúpido para outras. Incredible.
Questão do julgamento: Pri. Logo de cara parei na primeira imagem, naquela que ela colocou na frente: a mulher corpo. Achei que ela era só aquilo que fazia questão de mostrar e sentenciei: não gosto!!
Ela foi e voltou do paredão e, ao longo das semanas, foi mostrando ser uma mulher inteligente, corajosa, que não se prende a idéias pré-concebidas, não se deixa influenciar por muros existentes ou não (o que é diferente de estabelecer uma “amizade” maior com algumas pessoas), sabe relacionar-se bem (dizendo o que pensa, inclusive) com todos, independente de serem homens ou mulheres. É sexualmente bem resolvida e não esconde isso. Ponto para ela!
O único pecado foi ter dado trela para aquele idiota, cujo nome até esqueci. Ali ela deu uma pisada de bola, mas ninguém é perfeito e existe uma pressão ali dentro que só quem está lá sabe. Não acho que ela estivesse apaixonada, o que seria uma justificativa para ficar meio tolinha. Acho que ela quis formar casalzinho, mas escolheu um cara tão idiota que caiu ligeiramente no meu conceito.
Há dois tipos de idiota: os que a gente custa a ver e os que a gente vê de cara. O da Pri era do segundo tipo e mesmo assim ela deu corda. Ainda bem que o público soberano colocou o mala para fora da casa.
Hoje torço por ela e se a Ana ganhar também vou ficar bem contente. A Francine até é simpática, engraçadinha e não é burrinha como quer fazer parecer, mas é sem noção, então, torço apenas para que caia na real depois que sair dali. Sim, porque se ela tem alguma ilusão com relação ao Maximiza/Minimiza, pelo amor da santa, né?!! Ele é chato, sem carisma, sem graça, sem conteúdo e nem na forma consegue se destacar. Faz caras e bocas. Diz frases supostamente bombásticas e tenta criar aquela onda de intelectual, mas é só fachada.
Fico me perguntando se esse tipo de gente é tão idiota que não percebe que qualquer máscara cai depois de algum tempo. Ninguém consegue enganar todos o tempo todo. Nesses quase 3 meses de casa a máscara dele foi sendo arranhada aqui e ali, foi caindo, caindo e finalmente a cara dele ficou exposta. O que se vê não é nada de interessante (se fosse, não precisaria de máscara).
Eu prefiro mil vezes ser detestada pelo que sou (praticamente impossível, porque sou maravilhosa), do que viver na ilusão de ser amada pelo que tentei fazer as pessoas acreditarem que sou.

A outra coisa que constatei é o quanto nos separamos uns dos outros com facilidade. Basta que se crie um muro imaginário e nos prendemos àquilo para sempre.
Sempre achei uma idiotice essa coisa de patriotismo. Faz algum sentido que algumas pessoas sejam melhores que outras, pelo simples fato de - acaso do destino - terem nascido aqui ou ali?
Na casa esse clima foi criado inicialmente com aquele muro e depois, apesar dele não mais existir fisicamente, as pessoas continuaram a sentir-se do lado de cá ou de lá.
É isso que fazemos na maior parte das vezes. Um comportamento de ovelhinha que pula, ainda que não haja obstáculo, só porque a outra pulou.
Sempre tive um certo menosprezo por pessoas tão facilmente condicionadas. Sei que existem variantes nesse tema, mas vou pulá-las agora. Queria só fazer o registro da minha observação e ver se vocês concordam (ou não..rs).
Desde pequenos somos ensinados a nos separar: idade, sexo, condição social, raça, nacionalidade (e dentro dela há as subdivisões por região, cidade e tal), política, altura, peso, time de futebol, enfim, tudo é pretexto para divisões. Claro que não há, necessariamente, um mal em se escolher um time de futebol. O problema é que algumas pessoas não conseguem simplesmente exaltar o seu time. Precisam esculhambar o outro e até criar situações de violência descontrolada. Estupidez pura e elevada a enésima potência.
Nós, mulheres, desenvolvemos uma rivalidade explícita (a dos homens é mais na encolha e eles são mais solidários, especialmente quando se trata de acobertarem-se uns aos outros), que nos impede até mesmo de avançar social e profissionalmente.
Conclusão: Tudo vale a pena, se a alma não é pequena. Até o Big Brother pode servir de estímulo a análises menos superficiais.
Quando antipatizei com a Priscila, não foi por uma questão feminina de rivalidade, mas sim pelo fato de achar que ela focava só no corpo, como se não tivesse mais nada para mostrar. Para mim isso costuma ser uma demonstração de submissão feminina.
Errei ao julgar.
Em uma semana, numa situação totalmente fora do comum, sob pressão, entre pessoas que ela não conhecia bem, enfim, em pouco tempo e sob stress, ela usou as armas que tinha mais a mão, aquelas que parecem sempre eficazes.
Depois que voltou do paredão e foi se sentindo mais segura – especialmente depois que aquele mala que ficou com ela saiu - foi sendo uma pessoa mais completa, mostrando o seu senso de humor, a cuca fresca, um modo simples e direto de ver as coisas. O corpo continuou à mostra, de um jeitinho un tanto vulgar para o meu gosto, mas já não era uma exposição submissa, ao contrário. Acho que era um fator a mais de segurança. Rendo-me à ela e torço para que vença, mesmo que depois ela vá seguir o caminho natural das ex- BBBs. Se o fizer com inteligência, tirando partido disso, ça va.
Acho muito sacal que as mulheres precisem tirar a roupa para iniciar algumas carreiras, mas enquanto a gente não reconhecer o poder que tem, essa coisa não vai mudar.
E tenho dito.
(Depois volto para falar de uma outra coisa que pensei a partir de dois filmes bem água-com-açúcar).

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