29.3.09

Recebi essas duas mensagens (abaixo em negrito) e as coloco aqui para que meus novos amigos também reflitam sobre esses temas.
No primeiro caso, sou plenamente de acordo que devemos procurar entender as coisas, as razões, os mecanismos que podem, eventualmente, ter desencadeado um problema, uma doença, um golpe baixo e tal.
Infelizmente acho difícil escapar da primeira pergunta que é o famoso por quê.
É natural que a gente se pergunte por que tem uma doença, mesmo tendo tomado todos os cuidados para evitá-la, por exemplo. Ou por que uma pessoa a quem dedicamos afeto, lealdade e carinho nos golpeia pelas costas, de um modo que só esperávamos de um inimigo.
Não sei para vocês, mas para mim é inevitável não me perguntar o por quê disso. Mas, passada essa primeira fase, começo a questionar-me para que, o que posso fazer com aquilo, com aquela experiência.
O "para que" é mais útil, pois a decisão passa às nossas próprias mãos. Se não posso responder o por quê de uma doença ou de uma traição, já que são coisas que aconteceram ou foram decididas independentes da minha vontade, posso ao menos escolher o que vou fazer com essas descobertas. Então, é melhor nos fixarmos no que podemos fazer em vez de perder tempo em compreender o incompreensível.
Mas, no meu caso, o fato de não entender o por quê afeta o caminho até à fase seguinte e isso serve para ações cometidas por mim ou pelos outros.
A segunda frase é, de certo modo, um complemento da primeira, pois fala em discernimento, em visão global, em contextualização de um fato.
As coisas não acontecem por acaso. Mesmo quando não entendemos (porque não há o que entender), as atitudes têm sempre uma motivação para quem as pratica.
Não é certo matar alguém, mas se é em legítima defesa, se é você ou a outra pessoa, acho que se pode compreender a ação (motivação), mesmo que isso não a justifique.
O entendimento traz às situações elementos que transformam-se em atenuantes ou agravantes.
Foi o que eu quis dizer, quando afirmei que, para mim, o entendimento é fundamental para que eu passe mais tranquilamente para a fase do "para que".
Pensem nisso, amiguinhos. Espero não estar sendo chata em propor sempre a reflexão, (na verdade proponho também muita alegria, otimismo, confiança, música, dança, beijo na boca e tudo o que lhes fizer felizes), mas se tenho esse blog é para escrever sobre coisas que interessam a mim ou me fazem pensar. Antes era mesmo um "diário" de mim para mim mesma. Curiosamente, desde que fechei os comentários, os e-mails passaram a ser um retorno inesperado e muito legal.
Sempre fui e acho que, a cada dia, torno-me mais reflexiva. Mas isso, na minha modestíssima opinião, é muito positivo, pois passar a vida agindo como máquina é coisa para máquinas e não para seres humanos. Espero que vocês concordem e me digam, ok?
Aqui estão as frases:

"Descobrir sinais, fazer uma leitura mais profunda da realidade. Há pessoas que dizem ser muito realistas mas no fundo não são, são até um pouco infantis, vivem o imediatismo das emoções, dos impactos, e não param um momento para se distanciar, dar um passo atrás para ver o conjunto e reflectir. "Bom, mas o que é que está aqui por trás?! De onde é que isto vem? Aonde é que isto leva?" Fazer à realidade as perguntas certas, porque acontece muito não as fazermos. Por exemplo, diante de uma doença, de um choque familiar, de um problema laboral, perguntamos logo: "Porquê? Que mal fiz eu a Deus? Porque é que me havia de acontecer isto a mim?" E esta é a pergunta errada!"

"O discernimento é um grande desafio. Não significa aspirar ao quimicamente puro mas ao globalmente construtivo. O problema ao ajuizar sobre uma situação é ver se há razões suficientes para optar num sentido ou noutro e vê-las no seu conjunto, não fazer nem ficar preso a um juízo limitado, de pormenor, que impede de ver a globalidade dos problemas."
Vasco P. Magalhães

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